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Doenças Venosas

Varizes são veias superficiais dilatadas e tortuosas que perderam sua principal função de retorno venoso do sangue dos membros inferiores em direção ao coração. De acordo com o diâmetro venoso, podem ser classificadas em três tipos: as veias varicosas, que sobressaem na pele e ficam protuberantes, com diâmetro acima de 3 milímetros, acometendo os troncos das veias safenas internas e/ou externas e suas veias colaterais; as veias reticulares, que variam de 1 a 3 milímetros de diâmetro, não possuindo relação direta com os troncos principais; e as telangectasias, popularmente conhecidas como vasinhos, cujo diâmetro não ultrapassa 1 mm.

A prevalência das varizes dos membros inferiores é bastante alta na população. Se considerarmos os três tipos de varizes acima descritos, a prevalência atinge de 40 a 70% da população. Se considerarmos apenas as veias varicosas (maiores que 3 mm de diâmetro), a doença varicosa atinge de 20 a 40% da população. É menos comum em africanos e afrodescendentes e é predominante no sexo feminino em proporção de duas a cinco mulheres para cada homem, tornando-se mais prevalente com o passar da idade.

Nos idosos chega a atingir 60 a 70%, e sua maior complicação – a úlcera varicosa – passa de 1 a 1,5% na população em geral para 6%. A idade, o número de gestações e o antecedente familiar de varicosidades parecem ser os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença.

São sintomas relacionados à doença varicosa: sensação de peso, cansaço, inchação, queimação, pontadas, dolorimento, formigamento, prurido e pernas inquietas. Esses sintomas normalmente melhoram ou estão ausentes em repouso e aparecem durante as atividades do dia a dia com o passar das horas, intensificando-se ao final da tarde e à noite. Melhoram com a elevação dos membros inferiores. Os sinais da doença varicosa são: as telangiectasias, as veias reticulares, as veias varicosas, o edema, a pigmentação, o eczema, a lipodermatoesclerose e a úlcera venosa. Podem ocorrer também as varicoflebites (formação de trombos nas varizes) e a varicorragia (hemorragia das varizes).

De acordo com a classificação conhecida como CEAP, as varizes podem ser classificadas clinicamente como:

C0) Doença venosa sem sinais visíveis ou palpáveis
C1) Telangiectasias ou veias reticulares
C2) Veias varicosas – diâmetro maior ou igual a 3 mm
C3) C1 ou C2 + edema
C4) Alterações em pele e tecido subcutâneo secundárias a IVC
Subclasses: *C4a) Pigmentação ou eczema *C4b) Lipodermatosclerose ou atrofia branca
C5) Úlcera venosa cicatrizada
C6) Úlcera venosa ativa ou aberta.

O diagnóstico de varizes é relativamente simples, visto que pode ser realizado apenas com a observação clínica (inspeção) dos membros inferiores, podendo ser completado por meio de anamnese dirigida e de exame físico especial. O paciente deve ser examinado em pé (dez minutos) para observação das varicosidades. Pode-se, também, através de manobras especiais, detectar se a dilatação das varizes é resultado de refluxo e dilatação do sistema das veias safenas internas ou das externas, ou, eventualmente, se decorre de veias perfurantes insuficientes. Além do exame clínico para a programação terapêutica, utilizam-se exames complementares, sendo o principal o ecodoppler venoso dos membros inferiores, que consegue definir os pontos de refluxo e insuficiência venosa no sistema superficial.

Baseado no exame físico, nas manobras específicas e no ecodoppler, o cirurgião vascular vai optar pelo melhor e mais adequado tipo de tratamento das varicosidades. O tratamento vai depender do tipo de varicosidade. As telangectasias e as veias reticulares são tratadas através da escleroterapia, que consiste na injeção de substâncias irritantes (esclerosantes) ao endotélio venoso. Já as veias varicosas são tratadas cirurgicamente, com a retirada das veias dilatadas e a interrupção dos pontos de refluxo através das safenectomias interna e externa e de eventual ligadura das veias perfurantes insuficientes.

Pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia devem ser tratados clinicamente, com o uso de medicamentos e/ou da compressão elástica graduada. O tratamento farmacológico é feito através de medicamentos flebotônicos, que melhoram o tônus das veias superficiais. As drogas mais utilizadas são as substâncias flavonoides, que possuem a propriedade de aumentar a tonicidade das veias superficiais, melhorar a resistência capilar e diminuir os eventos inflamatórios da hipertensão venosa, facilitando o retorno venoso e melhorando a estagnação do sangue no membro inferior. Com isso, há diminuição do inchaço, das dores e do cansaço das pernas. A droga mais utilizada atualmente é uma combinação de duas substâncias flavonoides: a hesperidina e a diosmina. Deve ser utilizada na dosagem de 1g por dia, geralmente em dose única (dois comprimidos de 500 mg após o café da manhã). Já existem trabalhos multicêntricos que mostram a efetividade dessa droga em grande porcentagem de pacientes.

Outra importante medida terapêutica é a utilização da compressão elástica por meio do uso de meias elásticas de compressão graduada. Esse importante método deve ser indicado em todos os pacientes com queixas relacionadas às varizes. As meias elásticas graduadas (medicinais) são prescritas relacionando-se o grau de compressão da meia com a gravidade da doença varicosa. Para casos de teleangiectasias e veias reticulares, prescrevem-se meias elásticas de 10 a 20 mmHg de compressão. Para casos de veias varicosas, usam-se meias de 20 a 30 mm Hg e, para pacientes com complicações, usamse meias de 30 a 40 mm Hg.

A utilização de métodos alternativos para o tratamento das varizes e dos vasinhos ainda é
controverso e está em fase de desenvolvimento. A utilização de laser para a
escleroterapia é útil. Até o momento, no entanto, não se mostrou melhor que a
escleroterapia convencional no tratamento de pequenos vasos. Para a termoablação por
laser ou radiofrequência das veias safenas, ainda há controvérsias sobre a superioridade
desses métodos em relação ao método de tratamento cirúrgico convencional.

Varizes e Complicações

Apesar de as varizes serem consideradas benignas, podem levar a complicações maiores tais como o surgimento de edema (inchaço), dermatite ocre (manchas acastanhadas irreversíveis) e cicatrizes na pele, formação de úlceras e a temida hemorragia varicosa. A hemorragia varicosa representa uma emergência e pode ser fatal se não tratada. As veias varicosas raramente sofrem rotura expontânea. Normalmente os eventos acontecem após traumas locais e são mais frequentes nos pacientes mais idosos. Geralmente são hemorragias autolimitadas.

Vale destacar que a doença varicosa e crônica e progressiva, isto é, os sintomas costumam piorar com o avançar da doença se houver tratamento adequado. Dai a importância da consulta com um Cirurgião Vascular o mais precocemente possível a fim de se evitar que tais complicações apareçam.

Trombose Venosa Profunda

A Trombose Venosa Profunda (TVP), é uma doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias (vasos sangüíneos que levam o sangue de volta ao coração) em um local ou momento não adequados – é importante lembrar que a coagulação ;e um mecanismo de defesa do organismo. As veias mais comumente acometidas são veias das pernas (± 90% dos casos) e os sintomas mais comuns são a inchação e a dor.

A Trombose Venosa acomete, principalmente, pacientes hospitalizados, ocorrendo como intercorrência de diversos tipos de procedimentos cirúrgicos e clínicos. Para estes casos existem ações preventivas específicas que devem ser simplesmente pelo seu médico assistente.

Por outro lado, um número não desprezível de casos ocorrem em indivíduos não hospitalizados, portadores de condições que predispõem à doenças e expostos a situações que podem desencadeá-la.

Embolia Pulmonar: Perigo Imediato

O processo iniciado em uma ou mais veias das pernas podem se estender, levando à formação de grandes coágulos. O desprendimento, parcial ou total, destes coágulos pode levar à sua migração, agora com o nome de êmbolo, por toda a árvore venosa até o coração e os pulmões, caracterizando-se assim a Embolia Pulmonar. A Embolia Pulmonar, dependendo da quantidade de artérias pulmonares acometidas e da existência de outras doenças cardíacas e/ou pulmonares pode ser muito grave e até fatal.

De dois a cinco anos após a ocorrência da Trombose Venosa Profunda, as cicatrizes deixadas pelos coágulos no interior das veias pode levar ao aparecimento de uma complicação muito incômoda e dispendiosa, a Síndrome Pós-Flebítica. Esta síndrome é caracterizada pela inchação crônica da(s) perna(s), pigmentação escura da pele, eczema e endurecimento da pele, além do aparecimento de grandes varizes e úlceras de perna

A Trombose Venosa Profunda, hospitalar ou extra-hospitalar, ocorre com mais freqüência em pessoas portadoras de determinadas condições que podem facilitar a formação de coágulos no interior das veias das pernas – condições predisponentes. São elas:

– Idade avançada;
– Impossibilidade ou dificuldade de andar ou se movimentar normalmente;
– Obesidade;
– Presença de varizes grossas nas pernas;
– Período pós-operatório;
– Fase final da gestação e pós-parto;
– Uso de anticoncepcionais orais e terapia de reposição hormonal;
– Presença de insuficiência cardíaca;
– Presença de doença maligna (câncer) em atividade;
– História anterior de outra trombose venosa;
– Indivíduos com anormalidade genética do sistema de coagulação (trombofilia);
– Tabagismo.

O Que Pode Estimular o Aparecimento da Doença Na população hospitalizada, diversas circunstâncias como a internação com repouso prolongado no leito e grandes cirurgias, vários fatores de risco estão presentes simultaneamente, podendo desencadear o aparecimento da trombose venosa. Nas pessoas em ambientes extra-hospitalares, a trombose venosa ocorre principalmente em situações em que a estase venosa se acentua nos membros inferiores, isto é, quando se permanece sentado ou de pé por longos períodos, fazendo com que haja uma dificuldade do retorno do sangue ao coração, forçando seu acúmulo nas veias das pernas.

– Viagens Aéreas Prolongadas (acima de 10 a 12 horas de duração):

Complicação mais freqüente na classe turística (mas também ocorre na 1 á classe e na classe executiva) por causa de seus assentos mais estreitos e menor distância entre as cadeiras. Os assentos junto às janelas, por dificultarem a movimentação, podem, em certos casos, funcionar como inibidores da mobilização do passageiro. É importante lembrar que os sinais e sintomas da doença podem manifestar-se durante a viagem ou até vários dias após a mesma. A ingestão de álcool ou de comprimidos para dormir durante o voo podem, por aumentar a imobilidade e o relaxamento muscular, contribuir para o aparecimento da doença.

– Viagens Terrestres:

As viagens de ônibus, mesmo prolongadas, têm menor influência no desencadeamento da doença. Isto é devido às constantes paradas (a cada 2 ou 3 horas), fazendo com que os passageiros automaticamente se movimentem, diminuindo os efeitos da estase sangüínea. Porém, as circunstâncias especiais que possam prolongar a permanência do passageiro no veículo (engarrafamentos, acidentes, etc) podem facilitar o aparecimento da doença.

Também as viagens de automóvel são possíveis desencadeadores de fenômenos trombóticos nas veias, dependendo, principalmente, do conforto e da permanência prolongada no assento sem mobilização. Merecem atenção especial os caminhoneiros e alguns motoristas de ônibus urbanos, submetidos a condições extremas de trabalho, com longas e extenuantes horas de trabalho, instalados em assentos pouco confortáveis e em locais com temperatura elevada.

Outro grupo interessante e não menos importante inclui indivíduos idosos e que tem como distração o estabelecimento de infindáveis jogos de cartas ou mesmo outros jogos. É bastante freqüente, em virtude dos longos períodos em que permanecem sentados com as pernas para baixo e mobilizando-se raramente, o aumento da estase venosa e a ocorrência de trombose venosa profunda.

A profilaxia da Trombose Venosa Profunda e, conseqüentemente, da Embolia Pulmonar, é uma preocupação constante da classe médica e das instituições que produzem este Guia. A prevenção em regime hospitalar gerou a criação do Protocolo Nacional de Profilaxia da Trombose Venosa Profunda e sua implementação pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) e, mais recentemente, o lançamento das diretrizes da SBACV, que orientam a classe médica brasileira em relação à prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

A prevenção extra-hospitalar da doença, é caracterizada por uma série de medidas e posturas simples que devem ser adotadas pelos portadores de condições de risco.

Estas medidas devem facilitar o retorno do sangue venoso:
– Realização de pequenas caminhadas rotineiramente a cada 2 horas;
– Movimentação ativa dos pés e pernas durante o período em que permanecem sentados;
– Utilização de roupas confortáveis e mais largas durante as viagens;
– Não utilizar ou utilizar com moderação as bebidas alcoólicas;
– Evitar ouso de comprimidos para dormir;
– Suspensão do tabagism;
– As pessoas com maior dificuldade de locomoção devem dar preferência às poltronas no
corredor das aeronaves, ou mesmo dos ônibus, visando as caminhadas regulares, ou o
deslocamento nas paradas rotineiras;
– Utilização sob orientação e prescrição médica, de meias de compressão elástica,
particularmente nas pessoas com insuficiência venosa e/ou varizes;
– Em algumas circunstâncias, sob estrito controle e indicação médicas, pode ser
necessária a utilização de substâncias anticoagulantes.

A utilização adequada destas medidas por portadores de condições predisponentes ao
aparecimento da Trombose Venosa Profunda com certeza irá contribuir para diminuir a
incidência de episódios de tromboembolismo venoso em viagens.

As informações contidas neste site não se destinam, e não devem ser invocadas, como um substituto para aconselhamento médico ou tratamento. É muito importante que os indivíduos com problemas de saúde específicos consultem seu médico.

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